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Olhar para quem sou hoje é estranho. Muitas vezes, não me reconheço mais.
Uma amiga comentou que a maturidade faz coisas assim com a gente, mas eu tenho culpado muito a pandemia.
Sinceramente, não acho que a maturidade cague tanto a nossa vida social. (Ou será que sim?)

Aquela época com todos enclausurados, com notícias ruins diariamente mudou realmente muitas coisas, não é?
Sabe o que é algo assustador para mim? O pensamento de que talvez eu sempre tenha sido essa pessoa de hoje, mas por baixa aceitação, espelhamento ou “dever", acabei me adaptando.

Acho que a vida em um modo geral está estranha e conversar com outras pessoas sobre isso não tem tornado nada mais fácil.
PRÉ-MENOPAUSA! - disse uma amiga revoltadíssima com seus hormônios (ou com a falta deles)
Você precisa sair mais, mesmo o que não queira. Você está atrofiando o seu lado interativo.

Se alguém ainda não te disse isso, lá vai: não há cura no lugar que te adoece… Algumas vezes, o lugar nem é um local, podem ser pessoas, um cargo ou algo no qual você não se identifica, mas se mantém nele.

Eu sei que é doloroso demais (mesmo, mesmo), mas precisamos voltar.

Então, não desista de ser você. Volte. Mesmo que demore, que pareça não ter fim, continue voltando para si.

(Parte de um texto do meu blog…)